terça-feira, 29 de maio de 2007

Uma corrida no Jardim


Ontem fui correr como um miúdo de 18 anos.
É engraçado as coisas que observamos ao final de tarde num jardim.
Em um dos bancos dois jovens adolescentes namoram enrolados dando longos beijos de paixão. Eu passo por eles como cúpido do amor salpicando pozinhos de amor por cima de um e do outro. Fico extasiado a olhar, uma certa inveja do momento, da pureza, da verdade e dos gestos de paixão.
Continuo a corrido e no fundo do jardim encontro um casal a namorar dentro do carro, passo por eles a correr, ela assusta-se e fica sobre saltada como se não fosse ali o lugar dela. Na segunda passagem tiro as dúvidas que podiam ter ficado na minha memória, ele quase em cima dela a pedir-lhe beijos e abraços, enquanto ela olha para o lado desconfiada com as pessoas que passam no passeio. Não é um lugar comum de namoro, é mais um esconderijo. Inevitavelmente penso que aquela mulher é casada, porque os gestos a denunciam. Mas o engraçado é que ela afasta-o "como que chega para lá seu malandro" mas por outro lado noto que ela está louca de prazer.
Mas continuou, mais uma volta e encontro uma rapariga com os seus vinte anos a passear o cãozinho, inevitavelmente atrás dela vem um homem também a passear o seu cão. Quando volto a passar por eles reparo no olhar daquele homem guloso por meter conversa com a jovem rapariga. Ela desconfiada parece que foge dele e com o tempo acaba mesmo por conseguir.
Mais uma volta e apanho uns ucranianos a beberem um copo, para esquecer as dificuldades da vida e as saudades da sua família. Quase que parei para beber um copo e afogar as coisas que não me têm corrido da forma como eu idealizava nos meus sonhos.
Neste jardim pairava um misto de paixão, traição, falsidade, mundanismo, carência e tantas coisas mais. Dai quase por mim a ver um filme francês repleto de realismo.
Mas de certeza que no meio deste jardim alguém olhava para mim e se questionava o que fazia eu ali.

Com o tempo nada está imune.


Esboço as feridas e as más memórias no quadro do tempo. Pincelo as dores, as afrontas, as calunias, insucessos e o infortúnio. Mas num canto deixo o espantoso e grandioso.
O tempo passa e olho para este quadro com um espírito sonhador. É uma lei natural. Questiono como me habituei aos seus traços. De repente parece que o seu lado fantástico e maravilhoso desaparece com essa habituação.
Mas não passo remexer as pinturas do quadro, seria estragar.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Best Off Fátima

MALANDROS!

Estou triste triste e indignado com esta publicação que faz uma utilização indevida da imagem de Nossa Senhora de Fátima e do Santuário.

Então não é que o mapa Best Off Fátima, distribuído gratuitamente por uma empresa de publicidade, inclui vários cartões de publicidade, muitos deles com referência a instituições religiosas da Cidade de Fátima. mas lá bem no meio conta com duas publicidades que não combinam com o espírito da peregrinação. Pelo que vi ontem promovem artigos eróticos e instrumentos sexuais entre outras coisas marotas.

São propostas que não agradaram lá muito aos peregrinos, instituições hoteleiras e lojas comerciais que escolheram esta semana Fátima para rezar.

É caso para dizer que se "ajoelhou vai ter que rezar".

Meus senhores, a nossa senhora de Fátima não é nenhum boneco, está bem!