domingo, 21 de janeiro de 2007

Acto



Pairava no ar o cheiro a petiscos espanhóis, saboreávamos um bom Vinho da region del Douro, algum barulho de fundo, companhia agradável, um amigo, mais duas belas mulheres, uma morena com cabelos longos, a outra loira de cabelos curtos, jornalistas, conversadoras, falavam por nós e por elas mas que nenhum de nós ousasse naquela mesa comparar que as mulheres são iguais. Feministas, defensoras dos seus direitos, sempre com o seu sexto sentido apuradíssimo (acham elas), mulheres que reclamam a sua presença no mundo. De repente um de nós abriu a boca, falou-se na importância que as palavras têm nas mulheres e a reacção delas foi imediata.
Vocês não percebem mesmo nada de mulheres! E continuam a conversa dizendo com um tom firme, “os homens não conseguem entender que para as mulheres não basta só as palavras mas o acto em si”. Olhei para a frente de encontro ao olhar do meu amigo que baixou a cabeça, resignado, e com a expressão, mas que estão elas dizer? Deve ser coisas de gajas.
Pensei eu, bem, realmente elas têm toda a razão, mas como é que nós homens com o sentido prático que temos podemos dizer: Amo-te a uma mulher e de seguida passar ao tal “acto” de que elas tanto falam. Pensamento masculino: “bem vou mas é dar-lhe um beijo apaixonado para ela não dizer que este amo-te sabe-lhe a pouco, e depois deixa-me mas é ver o jogo de Futebol que está empolgante”.
TRINNNNG Wrong!
Na verdade o que elas querem dizer com isto é que nós não conseguimos dar continuidade ao longo do dia, com as tais palavras bonitas e os tais “actos”.
Que exigência não acham?
Só de pensar já estou a ficar cansado, mas se não houver essa tal continuidade o que nos pode acontecer é que cheguemos ao final da noite e quando a vamos agarrar para aquilo que para nós importa, elas dizem subtilmente: “Amor hoje não porque me dói muito a cabeça”.
Pois é ... a vida é injusta. Nós esforçamo-nos mas nunca o suficiente para elas, mesmo que saibam que ao longo do dia têm altos e baixos hormonais que precisam de ouvir e escutar nos momentos certos as coisas certas vindas de nós os homens. Mas o mais assustador é que nós homens temos de adivinhar e sem direito a reclamar.

Bem, vou mas é terminar que a minha miúda já me quer por uns patins pela forma como ando a escrever. Mas no fundo ela entende esta necessidade de expressão.
Porque como a amo e adoro-a, vou levá-la a jantar e a ver um espectáculo de sevilhanas/flamenco.

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